(A jornada de uma enfermeira até o combate à poliomielite em Angola)
Com as presenças de representações dos Poderes Executivo e Judiciário, da Alenrio, familiares, amigos e escritores, o ambiente do Centro Municipal de Cultura Professor Benedito de Castro mais uma vez respirou “literatura” onde aconteceu na noite da sexta-feira (02), o lançamento do livro “Caminhos do Coração” — A jornada de uma enfermeira até o combate à poliomielite em Angola, de autoria de Dirce Regina Simczak, encerrando as programações do aniversário de 64 anos de Santo Augusto.
Dirce é Enfermeira sanitarista graduada pela Faculdade de Ciências da Saúde da Unoeste, possui especializações em Saúde Pública, Metodologia do Ensino Superior e em Obstetrícia. Mesmo aposentada se considera em constante aprendizado. Gaúcha natural de Santo Augusto-RS, mudou-se para o Mato Grosso do Sul ainda na adolescência e lá viveu a maior parte de sua vida adulta. Atualmente, mora em Curitiba-PR, onde reside também parte de sua família, incluindo uma das duas filhas e o pequeno neto, Oliver.
Os Caminhos do Coração norteiam a vida de Dirce, protagonista deste livro de memórias. Uma enfermeira sanitarista de longa carreira na saúde pública, com conhecimento de causa desde o trabalho de campo em aldeias indígenas e vilarejos de difícil acesso até as atividades de coordenação e planejamento nacional no Ministério da Saúde. Quando o coração do pai, Edmundo, parou pela primeira vez, Dirce regressou da metrópole paulistana onde iniciava sua carreira. Afinal, a caçula entre seis filhos, solteira e profissional da saúde, era a pessoa ideal para ajudá-lo. Voltou à casa familiar em Dourados-MS e, por conta disso, iniciou sua atuação definitiva conectada saúde pública, sempre imunização e epidemiologia.
Mais de duas décadas depois, com às duas filhas criadas e um currículo notável, após uma temporada vivendo em Brasília, a serviço do Ministério, Dirce decide dar uma guinada. Muda-se para Curitiba-PR, pausa a vida de enfermeira e vai trabalhar no pequeno café aberto pela irmã, em um tempo que se desfaz de amarras e obrigações. Porém, uma colega dos tempos de combate à pandemia do H1N1 lhe informa de uma oportunidade que, àquela altura, parecia impossível: atuar em uma missão da Organização Mundial de Saúde no combate à poliomielite.
Aos 53 anos, um sonho se mostrou viável para Dirce. Havia etapas a vencer, mas era um sonho possível e foi a margem do possível que iluminou seu esforço. Ela deixaria a vida segura e confortável que construiu para atuar durante uma temporada em prol da saúde dos angolanos, principalmente crianças, na província do Bié, o coração do país. Dirce nos convida a uma jornada que contrasta imagens de intensa beleza e cenas vívidas, ternas e solares, com outras lúgubres e de sofrimento humano em condições de extrema adversidade. Ela nos guia por estes caminhos com um altruísmo e desprendimento incomuns. Uma viagem que tem como bússola um músculo alojado no lado esquerdo do peito.